Maio é um mês do Mundo L: um limbo longo, lânguido, lento e lindo…

Porque a luz do dia me sabe já a dias de merendeiro…

Porque a poeira amarela traz sal atlântico na pele…

Porque o solpor infinito sopra lusco-fusco fresco pelas rias adentro…

Maio, tempo dos coloridos bosques mágicos, dos aprazíveis trilhos cantados, dos vivos parque infantis sonoros com três gerações, dos teimosos calções rotos e rasos chinelos desfeitos, apaixonadamente gastos…

Maio é prenúncio galego para nos voltarmos a perder numa província, num concello, numa parróquia, numa ermita, num rincón, sem sendero mas com caminho e nunca sozinho…

Maio é arrasto de alma, reluz a quasimodo, arrepia expectativa, planeia perdição, promete paixão num Mundo M de morriña…

Porque Maio é o glorioso pórtico de entrada para o verão…e verão como o maior feitiço das meigas vos sussurra, sedutoramente em surdina, até ao coração:

“Vai-te ao Mundo G da grandiosa, gloriosa, galaica, graciosa, gaiata, galante, gostosa, glamorosa, gigante, gentil e genuína Galiza!”